A Serra
do Elefante está localizada na divisa natural das cidades de Juatuba e Mateus Leme em Minas Gerais, aproximadamente 58 km de Belo Horizonte. O seu nome tem origem a partir do seu
formato, que visto de longe se assemelha a um elefante deitado.
Historicamente era conhecida como Morro de Mateus Leme, em homenagem ao bandeirante
Matheus Leme, responsável pelo início do povoamento da cidade que também leva o
seu nome, no início do século XVIII.
Vista da Serra do Elefante em Mateus Leme |
A
cidade de Mateus Leme ainda conserva o seu passado histórico, com diversos
casarões e fazendas do século XVIII. Um dos cartões postais da cidade é a Igreja Matriz de Santo
Antônio, construída em 1766, toda em pedra e que foi uma das obras do artista
Aleijadinho.
Igreja Matriz de Santo Antônio |
Passei
toda a minha infância e juventude no distrito de Azurita, que pertence a esta cidade. Como toda pequena cidade do
interior de Minas Gerais, estive o tempo todo rodeado por matas, serras,
trilhas e cachoeiras.
Com toda
esta natureza ao redor, a paixão pela aventura foi uma escolha natural.
A Serra
do Elefante foi o local do meu primeiro camping aos 12 anos de idade, da minha
primeira competição de trekking de regularidade, da minha primeira cicatriz de mountain bike
e do meu primeiro rapel em cachoeira.
Muitas
destas aventuras estão apenas na memória ou no máximo em alguma foto antiga
escondida em algum lugar no armário.
Nada
melhor do que voltar aos locais de origem e poder rever as antigas trilhas de
longas épocas.
No
domingo, dia 11 de setembro, às 08:30 nos encontramos na praça da Igreja Matriz
de Santo Antônio e começamos a caminhada.
Com
alguns minutos de caminhada já estávamos na trilha rumo ao topo da Serra do
Elefante.
A maioria
das trilhas são bem definidas e normalmente estão próximas a uma estrada de
terra que leva até as torres de transmissão, localizadas no topo da serra.
Muitas das trilhas são percorridas por bikers e
algumas delas inclusive são utilizadas em competições de mountain bike e
downhill que quando acontecem movimentam a cidade.
Trilhas da Serra do Elefante |
Uma de suas trilhas mais interessantes é a trilha dos escravos, que serpenteia todos os vales da serra e da qual se tem uma visão ampla de toda a
trilha que se tem pela frente.
Vista da trilha dos escravos, linha seguindo da esquerda para direita |
A
cada curva que se faz na trilha dos escravos aparecem duas ou três novas curvas
cruzando vales. É impressionante e o visual espetacular.
Vista parcial da trilha dos escravos |
Ao longo
desta trilha, escondidas entre rochas e árvores, ainda é possível
encontrar algumas das antigas minas que eram exploradas na região, as quais
atualmente estão abandonadas e são utilizadas apenas como morada de morcegos e mariposas
de cavernas.
Entrada de uma das antigas minas existentes ao longo da trilha dos escravos |
Em vários pontos da trilha caminha-se com um paredão de um dos lados seguido por um abismo do outro, do qual é possível observar toda a região ao redor da serra.
Trilha dos escravos, plana, contornando vales e com vista privilegiada da região |
A
Serra do Elefante também contém diversas cachoeiras e nascentes, as quais são
acessíveis por diversas trilhas, que seguem por diferentes direções. A
qualidade da água de suas nascentes é bastante reconhecida, sendo inclusive explorada de forma comercial.
Trilha a caminho das cachoeiras do alto da serra |
Do seu topo é possível visualizar as cidades de Mateus Leme, Juatuba, Pará de Minas entre outras. Além do mais, é bastante procurado também por praticantes de paraglider.
A uma distância maior é possível observar a
Pedra Grande em Igarapé e até mesmo a Serra do Curral em Belo Horizonte.
Vista da cidade de Mateus Leme do alto da Serra do Elefante |
Nele estão localizadas diversas antenas de transmissão e uma capela
de Nossa Senhora Aparecida, a qual é utilizada para cerimônia religiosa apenas
no dia 12 de outubro, data na qual a serra é invadida por fiéis e trilheiros,
os quais aproveitam a data para subir durante a madrugada e ver o nascer do sol
lá de cima.
Capelinha no alto da Serra do Elefante |
Um
pouco de descanso no topo e começamos a descida da serra, fazendo uma pequena
parada em uma mina de água, localizada pouco abaixo.
Enfim mais uma boa trilha a ser lembrada |
Depois
de ter caminhado aproximadamente 12,6 km em 6 horas, retornamos ao nosso ponto
de partida, na Igreja Matriz de Santo Antônio, já programando a próxima trilha.
Mapa do caminho percorrido |
Informações sobre a Serra do Elefante:
- Altitude: 1.250 metros.
- Localização: Mateus Leme-MG.
- Latitude - Longitude: 19°57'25.62"S - 44°25'30.63"O.
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Hiking na Serra do Curral 2011
Como é bom poder fazer uma trilha num local onde passamos nossa infância! Ver os locais com olhos de "gente grande" nos faz lembrar de como éramos, nossos devaneios, nossas impressões... Adorei seu post!
ResponderExcluirOlá Beta!
ResponderExcluirRealmente é muito bom retornar aos locais por onde passamos a tempos atrás, muitas lembranças e recordações boas.
Abraços,
José Henrique
Excelente trilha, excelente companhia!
ResponderExcluirPrimeira vez fazendo hiking e indico esta trilha. Lugar muito bacana.
Parabéns pelo post!
Boa Victor, obrigado!
ResponderExcluirA trilha foi bem legal mesmo.
Também adoramos a companhia de vocês.
Vamos programar as próximas!
Abração,
Zé
Nos dias 29 e 30 de outubro, uma das maiores regiões de calcário do mundo, receberá escaladores de todo Brasil para um evento que promete mostrar o potencial do centro-oeste de Minas Gerais.
ResponderExcluirArcos, Pains e Corumbá. Há 10 anos, a região que agrega estas três cidades é explorada por escaladores locais e conta com aproximadamente 400 km de calcário, 780 grutas e cavernas. O que dá a Pains o titulo de capital mundial do calcário.
A região escolhida para o evento é conhecida como Rastro de São Pedro. Segundo moradores da região, a comunidade recebeu esse nome devido a pegada em uma pedra que fica ao lado da nascente. Tal pegada seria o rastro de São Pedro, que pode ser conferido.
Para veículos de imprensa, há a possibilidade de produção de conteúdo e disponibilização.
Acesse e saiba mais: https://www.facebook.com/event.php?eid=270784516294505
João Paulo Bueno
Olá João Paulo!
ResponderExcluirJá estive em Pains e região, explorando cavernas.
Realmente a região tem um grande potencial tanto para exploração de cavernas quanto para diversas modalidades de escalada.
Pelo visto o evento será de grande valia para a divulgação da região. Farei o possível para comparecer.
Grande abraço,
José Henrique
Primeiramente parabéns pelo Blog!
ResponderExcluirVocês tem a trilha dos escravos em arquivo para GPS?
Caso positivo poderiam publicar no blog ou a gentileza de me enviar por e-mail, pois conheço razoavelmente a região, mas estra trilha não conheço.
E-mail: emericsilva@yahoo.com.br
Emerson Silva
Olá Emerson!
ExcluirNão tenho o tracklog desta trilha, pois como conheço bem a região, já caminho por estas trilhas a bastante tempo.
Mas você me deu uma ótima ideia e já estou planejando refazer a trilha nas próximas semanas e desta vez irei mapeá-la com o GPS.
Assim desta forma, te envio o tracklog por email e também publico o mesmo aqui no post.
Abs,
José Henrique